Pobre “pátria de chuteiras”
Leandro tem 14 anos e vive em um bairro da periferia de São Paulo. Sua casa é muito simples, o quintal é de “chão batido” e as paredes são de tijolo aparente. Apesar de ser pobre, a família do garoto é grande, são 7 irmãos.
O menino trabalha 8 horas por dia como balconista em um pequeno comércio, para ajudar a mãe. Leandro é moreno e bem magrinho, porque não se alimenta muito bem. Por conta de seu porte físico, é chamado pelos amigos de “pardal”. Ele adora futebol, e apesar da frágil aparência, se sai muito bem quando joga descalço nos campos de terra próximos de sua casa.
O grande sonho de“Pardal” não é ir para a faculdade, ele nem pensa nisso. O raquítico menino quer defender o Brasil em uma copa do mundo, pois orgulho maior, sua mãe não teria.
Romualdo é o grande nome da seleção e defende um tradicional clube espanhol, onde é aclamado por todos como um dos melhores jogadores do mundo. Ele também é craque quando o assunto é dinheiro, já que aparece o tempo todo em propagandas que vendem de desodorante a automóveis. Mas Romualdo já foi pobre um dia. Quando começou a treinar em um pequeno time do Rio de Janeiro, era obrigado a passar debaixo da catraca do ônibus, pois não tinha dinheiro para pagar a passagem. Treinaria com fome, não fosse a solidariedade de um roupeiro do clube, que sempre lhe dava um sanduíche de mortadela.
Mas tudo isso é coisa do passado. Romualdo foi jogar na Europa aos 17 anos, fala francês e espanhol muito bem, possui uma mansão e vários carros de luxo em sua garagem e gosta do clima frio e das mulheres do “velho continente”. A “estrela” da seleção quase não se lembra que nasceu por essas terras ou de sua origem humilde, e veste a “amarelinha” por conveniência, pois com isso pode conseguir uma proposta de trabalho ainda mais vantajosa que a atual, ou garantir outros contratos publicitários.
“Pardal” é fã de Romualdo, tenta imitar seus dribles e trejeitos e, se tivesse dinheiro, com certeza compraria uma camisa do Brasil, estampada com o número 10 e o nome de seu ídolo. Hoje é um dia especial para o garoto; a seleção brasileira tem uma partida decisiva contra a Argentina, seu maior rival no futebol. Quem perder “arruma as malas” e volta para casa.
Começa o jogo, mas há algo errado: o time joga mal, sem a garra e o entusiasmo que o confronto exige, e Romualdo é o mais apático dos jogadores em campo. O “craque” não acerta nem os passes mais simples e quando finaliza, chuta a bola para longe do gol. A Argentina domina todas as ações e vence a partida com tranqüilidade por 3 a 0.
A decepção de “pardal” é imensa, ele não acredita no que viu. Perder é ruim , mas ser derrotado dessa forma é humilhante. Seu ídolo não deu nenhum drible fantástico, não correu e não se esforçou. Era como se não quisesse estar em campo “defendendo o país”. O garoto vai dormir muito triste esta noite, no quarto simples e apertado que divide com seus irmãos.
Enquanto isso, Romualdo promove uma grande festa para seus amigos da seleção em uma danceteria européia, com direito a uísque e belas garotas. O time foi eliminado, mas isso não importa, ele não sabe mais o que é ser um garoto pobre no Brasil.
Leandro tem 14 anos e vive em um bairro da periferia de São Paulo. Sua casa é muito simples, o quintal é de “chão batido” e as paredes são de tijolo aparente. Apesar de ser pobre, a família do garoto é grande, são 7 irmãos.
O menino trabalha 8 horas por dia como balconista em um pequeno comércio, para ajudar a mãe. Leandro é moreno e bem magrinho, porque não se alimenta muito bem. Por conta de seu porte físico, é chamado pelos amigos de “pardal”. Ele adora futebol, e apesar da frágil aparência, se sai muito bem quando joga descalço nos campos de terra próximos de sua casa.
O grande sonho de“Pardal” não é ir para a faculdade, ele nem pensa nisso. O raquítico menino quer defender o Brasil em uma copa do mundo, pois orgulho maior, sua mãe não teria.
Romualdo é o grande nome da seleção e defende um tradicional clube espanhol, onde é aclamado por todos como um dos melhores jogadores do mundo. Ele também é craque quando o assunto é dinheiro, já que aparece o tempo todo em propagandas que vendem de desodorante a automóveis. Mas Romualdo já foi pobre um dia. Quando começou a treinar em um pequeno time do Rio de Janeiro, era obrigado a passar debaixo da catraca do ônibus, pois não tinha dinheiro para pagar a passagem. Treinaria com fome, não fosse a solidariedade de um roupeiro do clube, que sempre lhe dava um sanduíche de mortadela.
Mas tudo isso é coisa do passado. Romualdo foi jogar na Europa aos 17 anos, fala francês e espanhol muito bem, possui uma mansão e vários carros de luxo em sua garagem e gosta do clima frio e das mulheres do “velho continente”. A “estrela” da seleção quase não se lembra que nasceu por essas terras ou de sua origem humilde, e veste a “amarelinha” por conveniência, pois com isso pode conseguir uma proposta de trabalho ainda mais vantajosa que a atual, ou garantir outros contratos publicitários.
“Pardal” é fã de Romualdo, tenta imitar seus dribles e trejeitos e, se tivesse dinheiro, com certeza compraria uma camisa do Brasil, estampada com o número 10 e o nome de seu ídolo. Hoje é um dia especial para o garoto; a seleção brasileira tem uma partida decisiva contra a Argentina, seu maior rival no futebol. Quem perder “arruma as malas” e volta para casa.
Começa o jogo, mas há algo errado: o time joga mal, sem a garra e o entusiasmo que o confronto exige, e Romualdo é o mais apático dos jogadores em campo. O “craque” não acerta nem os passes mais simples e quando finaliza, chuta a bola para longe do gol. A Argentina domina todas as ações e vence a partida com tranqüilidade por 3 a 0.
A decepção de “pardal” é imensa, ele não acredita no que viu. Perder é ruim , mas ser derrotado dessa forma é humilhante. Seu ídolo não deu nenhum drible fantástico, não correu e não se esforçou. Era como se não quisesse estar em campo “defendendo o país”. O garoto vai dormir muito triste esta noite, no quarto simples e apertado que divide com seus irmãos.
Enquanto isso, Romualdo promove uma grande festa para seus amigos da seleção em uma danceteria européia, com direito a uísque e belas garotas. O time foi eliminado, mas isso não importa, ele não sabe mais o que é ser um garoto pobre no Brasil.